5 séries para você assistir durante o Mês do Orgulho LGBT
Produções vão de resgate histórico aos dilemas contemporâneos da comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais
Por Marcelo Hailer
O mês de junho é celebrado no mundo todo como o Mês do Orgulho LGBT e ele foi escolhido por conta do levante de Stonewall. No dia 28 de junho, de 1969, as LGBTs, em sua maioria negras e latinas, cansadas de serem humilhadas pela polícia de Nova York realizaram um motim contra as forças policiais.
Por conta disso, o levante do Stonewall Inn é tido como marco fundador da luta pelos direitos civis LGBT. À época, deu origem ao movimento do Gay Power, que era radicalmente à esquerda e próximo dos comunistas e dos Panteras Negras, e liderado pelas travestis e transexuais negras e latinas.
Na série que selecionamos, todos os assuntos são, direta ou indiretamente, remetidos ao levante de Stonewall.
Pose
Essa série acompanha o cotidiano das LGBTs afro-americanas e latinas da cidade de Nova York entre as décadas de 1980 e 90. A trama retrata as batalhas onde as Famílias disputavam trofeis a partir do voguing (Vogue), estilo de dança que se tornaria popular quando performado pela cantora Madonna. Até hoje segue um estilo praticado em clubes LGBT.
A obra também acompanha o surgimento do HIV/Aids e de como os governos à época se recusavam a assumir que se tratava de uma epidemia que atingia à todes.
A série é exibida pelo canl FX, mas está disponível na Netflix. A terceira temporada será a ultima.
Sex Education
Ainda que não seja uma série centrada sobre a questão LGBT, ela traz a discussão sobre a sexualidade e o sexo em suas várias performances. A partir do personagem Otis, um jovem com problemas sexuais, acompanhamos o dia a dia de seus amigos e também o quanto eles falam sobre sexo, porém, a obra mostra que, ainda que falemos muito sobre sexo e sexualidade, o que se fala ainda é pautado pelo senso comum heteronormativo.
A série está disponível na Netflix
Euphoria
Euphoria é apontada como uma das melhores produções sobre a sexualidade atualmente. A trama é centrada em Rue (Zendaya), jovem que luta contra o vício em opiáceos e que vivencia dilemas sobre a sua sexualidade quando se apaixona por Jules, que é uma garota trans. Daí vem a discussão sobre a bissexualidade.
A trama também aborda a questão da masculinidade violenta ensinada de pai para filho a partir do personagem Nate. O roteiro visa mostrar de maneira contundente a afetividade entre homens em seus espaços fechados.
A série está disponível na HBO GO
The L Word – Generation Q
The L Word – Generation Q é a continuação da série The L Word, que foi um grande sucesso na TV americana entre 2004 e 2009.
Nesta nova temporada algumas personagens retornam, porém, o foco da trama é mostrar as questões LGTBT na contemporaneidade e o choque geracional das personagens antigas com as novas.
A série está disponível no Prime Video (Amazon)
Transparent
A série acompanha a vida de Maura que, depois de 50 anos resolve assumir a sua transexualidade para os seus filhos. Apesar do tom muitas vezes cômicos, a trama desenvolve com profundidade algumas questões sobre o mundo trans.
Está disponível no Prime Video (Amazon)
Marcelo Hailer
Jornalista (USJ), mestre em Comunicação e Semiótica (PUC-SP) e doutor em Ciências Socais (PUC-SP). Professor convidado do Cogeae/PUC e pesquisador do Núcleo Inanna de Pesquisas sobre Sexualidades, Feminismos, Gêneros e Diferenças (NIP-PUC-SP). É autor do livro “A construção da heternormatividade em personagens gays na televenovela” (Novas Edições Acadêmicas) e um dos autores de “O rosa, o azul e as mil cores do arco-íris: Gêneros, corpos e sexualidades na formação docente” (AnnaBlume).